Tempestade gigantesca derrubou meio bilhão de árvores na Amazônia

Uma única, violenta e avassaladora tempestade que varreu toda a floresta amazônica em 2005 pode ter destruído meio bilhão de árvores, afirmam cientistas.

Tempestade amazônica

Embora tempestades sejam uma causa conhecida de mortes de árvores na Amazônia, o novo estudo - feito por especialistas da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, em parceria com cientistas brasileiros do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e da Unesp - é o primeiro a oferecer uma contagem mais precisa.

Segundo seus autores, o trabalho revela perdas muito maiores do que se pensava, sugerindo que tempestades cumprem um papel bem mais importante do que se supunha na dinâmica da floresta amazônica.

Os cientistas advertem que, por causa das mudanças climáticas, tempestades violentas deverão se tornar mais frequentes na região, matando mais árvores e, consequentemente, aumentando as concentrações de carbono na atmosfera.

Super tempestade

Uma pesquisa anterior tinha atribuído um aumento na mortalidade de árvores em 2005 na região a uma seca prolongada que afetou partes da floresta naquele ano. Mas o estudo recente identificou uma área não atingida pela seca onde houve grande perda de árvores (a região de Manaus).

Segundo os cientistas, entre 16 e 18 de janeiro de 2005, uma única linha de instabilidade com 1000 km de comprimento e 200 km de largura cruzou toda a bacia amazônica de sudoeste a nordeste, levando tempestades violentas, com raios e chuvas pesadas, provocando várias mortes nas cidades de Manaus, Manacaparu e Santarém.

Ventos verticais fortes, com velocidades de 145 km/hora, arrancaram ou partiram árvores ao meio. Em muitos casos, ao cair, as árvores atingidas derrubaram outras a seu redor.

Meio bilhão de árvores

Para calcular o número de árvores mortas, os pesquisadores usaram uma combinação de imagens de satélite, contagens feitas por especialistas em áreas pré-selecionadas da floresta e modelos matemáticos.

O uso associado de imagens de satélite e observações feitas no campo permitiu que os pesquisadores incluíssem quedas de grupos menores de árvores (menos de dez unidades) que não podem ser detectadas pelo satélite.

Os cálculos iniciais, relativos a áreas afetadas pela tempestade na região de Manaus, foram depois usados como base para se chegar ao número total de mortes em toda a floresta.

Os cientistas concluíram que entre 441 e 663 milhões de árvores foram destruídas em toda a floresta.

Nas regiões mais atingidas, cerca de 80% das árvores foram atingidas.

Linhas de instabilidade

Linhas de instabilidade que se movem de sudoeste a nordeste na Amazônia são raras e pouco estudadas, disse Robinson Negrón-Juárez, membro da equipe.

Tempestades destrutivas que avançam na direção oposta, da costa nordeste para o interior do continente, são mais comuns - ocorrendo até quatro vezes por mês - e também provocam grandes quedas de árvores.

O que é bastante incomum são tempestades que cruzam toda a bacia Amazônica, como a de 2005, explicou Negrón-Juarez.

"Precisamos começar a medir a perturbação causada pelos dois tipos de linhas de instabilidade sobre a floresta", ele disse. "Precisamos dessas informações para calcular a perda total de biomassa nesses eventos naturais, algo que nunca foi quantificado".

Outro cientista da equipe, Jeffrey Chambers, acrescentou: "Com as mudanças climáticas, há previsões de que as tempestades aumentem em intensidade. Se começarmos a observar aumentos na mortalidade das árvores, precisamos ser capazes de estabelecer o que está matando as árvores".

Fonte: BBC

Telas LCD recicladas combatem infecções bacterianas em hospitais

Em 2009, cientistas ingleses deram um novo alento para esse e-lixo, até então de reciclagem extremamente problemática, ao descobrir como reciclar as telas de LCD para produzir material médico.

A equipe do Dr. Andrew Hunt, da Universidade de Iorque, desenvolveu então um método de recuperar o álcool polivinílico (PVA: PolyVinyl-Alcohol) das telas LCD e transformá-lo em uma substância compatível com o corpo humano.

Essa substância é ideal para a criação de suportes de tecidos que ajudam o corpo a se regenerar no caso de ferimentos e cirurgias, mas também pode ser usado para encapsulamento de medicamentos para serem tomados por via oral.

LCD antibacteriano

Agora os pesquisadores deram um passo adicional e descobriram como usar o mesmo material para prevenir e combater infecções bacterianas hospitalares.

A técnica parte do PVA e resulta em uma substância antimicrobiana que destrói colônias de Escherichia coli e algumas cepas de Staphylococcus aureus.

Depois de separado das telas de LCD descartadas, o PVA é desidratado com etanol, gerando um material mesoporoso com uma área superficial muito grande. A seguir, o material recebe nanopartículas de prata, acrescentando-lhe a propriedade antimicrobiana.

Nanopartículas de prata

O próximo passo da pesquisa será comparar o rendimento do novo material com produtos comerciais para determinar sua eficácia relativa, assim como obter a aprovação das agências governamentais, tendo em vista sobretudo a avaliação da segurança das nanopartículas de prata para a saúde humana.

Ainda que não supere largamente a concorrência, a técnica é altamente promissora por partir de uma matéria-prima reciclada, que agrega um valor ambiental pela sua simples utilização.

"A influência dos LCDs na sociedade moderna é dramática - estima-se que 2,5 bilhões dessas telas estejam aproximando-se do fim de sua vida útil. Mas nós podemos agregar um valor significativo a esse lixo eletrônico," diz o Dr. Hunt.

Fonte: Inovação Tecnilogica

Aprovada política nacional de resíduo sólido


O plenário do Senado aprovou na tarde de ontem o projeto de lei PLS 354/89, que estabelece regras para tratamento do lixo no país.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos segue agora para a sacão do Presidente Luís Inácio Lula da Silva.

O projeto tem como objetivo tentar resolver o problema da produção de lixo das cidades, que chega a 150 mil toneladas por dia. Desse total, 59% vão para os “lixões” e apenas 13% têm destinação correta, em aterros sanitários. Em 2008, apenas 405 dos 5.564 municípios brasileiros faziam coleta seletiva de lixo.


Entre as medidas está a proibição da criação de lixões a céu aberto e a obrigatoriedade as prefeituras em construir aterros sanitários adequados.

Fica também proibido catar resíduos, morar ou criar animais em aterros sanitários ou importar qualquer tipo de lixo.

Os 58 artigos descritos em 43 páginas estabelecem também a chamada “logística reversa”, que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a realizarem o recolhimento de embalagens usadas. Foram incluídos nesse sistema agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletroeletrônicos.

Outra novidade é a “responsabilidade compartilhada”, que envolve a sociedade, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal na gestão de resíduos sólidos. Isso inclui as cooperativas de catadores, que devem agora ser incentivadas pelo poder público. Por lei, agora, as pessoas terão que acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, inclusive fazendo a separação em locais que houver coleta seletiva.

A Política Nacional de Resíduos sólidos estabelece ainda que os governos estaduais e federal concedam incentivos à indústria de reciclagem.