Governo deve incentivar uso de energias renováveis, defende especialista


O governo português deve aumentar os incentivos aos consumidores que aproveitarem os recursos existentes para produzir energias renováveis. A opinião é do diretor do Centro de Pesquisa em Engenharia Biológica da Universidade do Minho, Manuel Mota.


“É necessário fazer mais para incentivar os consumidores a utilizar, em nível doméstico, a energia fotovoltaica, através de conversores, para produzir água quente”, afirmou Mota à Agência Lusa.

Segundo ele, esses incentivos permitem generalizar o uso de conversores solares térmicos e a energia geotérmica existente no subsolo. Ao lembrar a promessa feita pelo ministro português, José Sócrates, durante a 15ª Conferência das Partes das Nações sobre o Clima (COP-15), de reduzir em 30% as emissões de gases-estufa do país até 2020, levando-se em conta os níveis de 1990, Mota observou que a geotermia doméstica ainda está pouco desenvolvida em Portugal, e precisa de medidas estatais de estímulo.

“Este método reside no aproveitamento da temperatura estável do subsolo para fazer um pré-condicionamento do ar nos edifícios”, explicou o especialista. A ideia consiste na colocação de uma tubulação no subsolo, na qual o ar é aspirado para os prédios, aquecendo-os, já que no inverno, a três metros de profundidade, a pressão atmosférica chega a 16 graus Celsius.

Manuel Mota ressaltou que o aproveitamento da estabilidade térmica do subsolo, muito usada nos países nórdicos, na Suíça e na Alemanha, pode e deve ser usada em especial nos grandes prédios de habitação ou nos centros comerciais.

Atualmente, 43% do consumo energético em Portugal é proveniente de energias renováveis. Na Europa, o país só está atrás da Suécia e da Áustria. No Brasil, líder nesse quesito na América Latina, a demanda chega a 47%, principalmente devido aos investimentos em hidrelétricas.

Fonte: EcoDesenvolvimento.

Águas servidas são fonte importante de energia e matérias-primas

Águas servidas não são um lixo imprestável, mas uma fonte de matérias-primas valiosas e de energia, capaz de beneficiar sobretudo os países mais pobres.

Esta é a opinião do Dr. Jules van Lier, da universidade holandesa de Delft. "Lembre-se que 2,6 bilhões de pessoas no mundo não possuem saneamento básico, o que resulta em 200 mortes por hora, com a maioria delas ocorrendo em crianças de até cinco anos de idade," diz o pesquisador.

Recurso valioso

As águas servidas são normalmente vistas como algo desagradável e perigoso, cujo único destino possível é um tubo para que as leve para bem longe.

Entretanto, ao longo das últimas décadas, as tecnologias de tratamento vêm-se tornando cada vez mais eficazes na remoção dos componentes que podem causar danos à saúde.

"Com um exame mais aprofundado, é fácil ver que as águas servidas são na verdade uma corrente rica de matérias-primas valiosas derivadas das atividades econômicas ou domésticas," defende o pesquisador.

Fechando o ciclo da água

Segundo ele, no futuro, as plantas de tratamento de esgotos deverão se transformar em plantas de reprocessamento, capazes de produzir água adequada para reúso, fechando o ciclo de uso da água pelas indústrias e pelas residências.

Mas, se o produto principal será água para consumo, essas plantas de reprocessamento tornarão possível a recuperação de fertilizantes, principalmente dos fosfatos, e a conversão da poluição orgânica em energia.

"Veja o caso das águas servidas no mundo em desenvolvimento, por exemplo. Se considerarmos um percentual de recuperação da energia química de 50%, a energia que você pode gerar a partir dos rejeitos humanos pode chegar a 200 Watts por hora por pessoa. Pode não parecer muito, mas isto seria suficiente para iluminar os bairros pobres da África durante toda a noite," disse van Lier.

Ferti-irrigação da agricultura

Plantas industriais de tratamento de esgotos também poderiam ser de grande valia para o que ele chama de ferti-irrigação da agricultura em áreas secas: "Uma cidade com 1 milhão de habitantes, com um consumo médio de 100 litros por habitante por dia pode teoricamente irrigar e fertilizar entre 1.500 e 2.000 hectares de plantações, dando um destino adequado para os nutrientes dissolvidos nas águas servidas. As áreas agrícolas ainda funcionariam como uma espécie de filtro de areia para purificar a água em sua reinserção no meio ambiente."

O pesquisador concorda que ainda há um longo caminho até que se chegue a uma realidade de total reciclagem das águas servidas.

Para isso, diz ele, é preciso começar pelas cidades menos desenvolvidas, evitando que elas adotem o "estilo ocidental" de descarte das águas servidas, em vez disso criando sistemas de circuito fechado nos quais a reciclagem da água pode ser feita pela própria cidade e pelos cinturões verdes em seus entornos.

Fonte: Inovação Tecnológica

Porcelana que iria para o lixo vira argamassa para construção civil

O Brasil produz 30 mil toneladas anuais de isoladores elétricos de porcelana de alta e baixa tensão para distribuição de energia - equipamento utilizado como isolante de eletricidade em postes de iluminação, usinas hidrelétricas e, até mesmo em residências.

Deste montante, 75% são destinados às substituições das peças que perdem a sua função isolante. Isto significa que 22.500 toneladas de isolantes velhos são descartadas todos os anos.

Reciclagem do metal e da porcelana

Não há problemas com o corpo metálico do isolador, que é reaproveitado e reciclado. Mas a parte de porcelana é descartada de forma absolutamente inadequada - em terrenos baldios e beiras de estrada, por exemplo.

Essa situação levou o engenheiro Marco Antonio Campos a realizar ensaios que permitiram adicionar o resíduo da porcelana que seria descartado na natureza em misturas que resultaram em novos tipos de concreto e argamassa.

Os experimentos deram certo. Campos obteve um material vantajoso do ponto de vista de resistência e economia. O trabalho foi feito na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, orientado pela professora Ana Elisabete P. G. A. Jacintho.

Areia e brita recicladas

O processo de transformação é relativamente simples do ponto de vista metodológico. A moagem do resíduo da porcelana foi feita de forma a gerar tanto a areia grossa - ou agregado miúdo na linguagem técnica - e brita 1 ou agregado graúdo.

Tanto a areia quanto a brita permitiram resultados com granulometria similar à utilizada tradicionalmente na construção civil. Por sinal, a areia feita de resíduo de porcelana foi o material que obteve melhor desempenho nos ensaios em laboratório.

Já os testes de substituição foram etapas complexas, pois demandaram muitos dias de experimentos para estabelecer comparativos. O engenheiro testou a areia e a brita com substituições nas classes de 25%, 50%, 75% e 100% e fez os ensaios após três, sete e 28 dias. "Estas comparações entre os dias e porcentagens de material eram necessárias para conhecer o desempenho do material em várias formulações diferentes", esclarece Campos.

Testes de resistência e compressão

O ensaio de resistência mecânica de compressão simples compreende a medição da capacidade que o material tem de suportar a pressão.

Já o teste de absorção da água visa medir o quanto de água o concreto ou argamassa absorve, pois quanto menor a capacidade de água, menor o consumo de cimento na mistura.

"Os resultados foram similares às misturas feitas com materiais tradicionais e, em alguns casos, foram até superiores. A única questão foi o endurecimento do concreto ocorrer de forma mais rápida. Mas, isso foi perfeitamente contornado com o acréscimo de aditivos", explica.

Menos cimento no concreto

Uma das vantagens econômicas também tem a ver com os testes de absorção da água. Os resultados apontaram que o material não absorve a água, o que significa a diminuição do consumo de cimento para produção do concreto. Ou seja, possibilita uma economia substancial de material para a composição.

Segundo Campos, as análises demonstraram que a proposta é perfeitamente viável. Ele lembra que a porcelana branca - matéria-prima dos isoladores - são altamente resistentes devido às temperaturas elevadas a que é submetida - em geral, até dois mil graus.

Punição a crime ambiental fica para 2012

As punições previstas no decreto de crimes ambientais, que passaria a vigorar amanhã, serão adiadas até abril de 2012, apurou o Valor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem um novo decreto para permitir a adequação dos produtores rurais às exigências ambientais previstas no Código Florestal Brasileiro, em vigor desde 1965.

O novo decreto, informou um ministro com acesso ao texto, prevê "moratória" de dois anos, até dezembro de 2011, aos produtores rurais que não recuperarem as áreas de preservação permanente (APPs) e de reservas legais. Depois disso, se sofrer alguma multa de fiscais ambientais, o infrator terá prazo adicional de mais quatro meses para aderir ao programa de regularização ambiental e anular a punição.

O governo batizou os próximos 18 meses de "período de educação ambiental", cujo principal instrumento será o "Mais Ambiente", que oferecerá alternativas subsidiadas de regularização das áreas de preservação obrigatória. Nesse prazo, nenhum produtor poderá ser notificado por descumprir as normas legais. No segundo semestre de 2011, caso seja notificado, o produtor ainda poderá apresentar um projeto de recomposição das áreas. Dessa forma, a notificação será automaticamente cancelada. A partir de 2012, haverá uma nova oportunidade aos produtores. Se nada for feito até lá, ainda será possível apresentar, até abril, um projeto de recomposição das APPs e das reservas legais, aderindo ao "Mais Ambiente" e livrando-se das punições.

O governo também decidiu criar um comitê gestor para fiscalizar a adesão ao programa. O colegiado será composto por representantes dos ministério do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, além de representantes da agricultura empresarial, de agricultores familiares e da Embrapa.

Os demais pontos em debate na reforma do Código Florestal ainda não foram concluídos pelo grupo de trabalho coordenado pela Casa Civil. Na proposta, que deve ser enviada ao Congresso, estão a legislação para a compensação das reservas legais em bacias hidrográficas adjacentes, a consolidação de áreas de plantio de café, maçã e uva em APPs situadas em encostas e topos de morro, além da permissão para soma de APPs a áreas de reserva legal.

A nova regra ajudará os produtores. O Decreto 6.514, publicado em julho de 2008 e prorrogado para 11 de dezembro deste ano, era bastante rigoroso. O texto prevê multas de até R$ 50 milhões, apreensão de bens e produção, demolição e embargo de obras irregulares.

Em auxílio adicional aos produtores, o Congresso aprovou ontem vários projetos de um minipacote ambiental e fundiário. No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça elevou a pena de prisão a invasores de terras situadas em áreas de preservação públicas (parques nacionais) e privadas (reserva legal). Em decisão terminativa, sem necessidade de passar pelo plenário, os senadores aumentaram a pena de seis meses para até três anos de detenção, além de manterem as penalidades adicionais previstas para crimes ambientais.

A medida atende a uma antiga reivindicação da bancada ruralista pela criação de mecanismos mais duros para inibir invasões de terras por militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Autor do projeto, o senador Gilberto Göellner (DEM-MT) afirma que o aumento da pena dará mais tranquilidade e segurança jurídica à produção agropecuária nacional. "É o fim do esbulho possessório", comemorou Göellner, em referência ao crime de invasão violenta da propriedade. O projeto também deve ampliar a punição à grilagem de terras públicas no país. "Esse projeto vai ser um ponto de inibição para dessa prática na Amazônia", disse o relator, Renato Casagrande (PSB-ES), que obteve apoio do senador João Pedro (PT-AM).

Na Câmara, os deputados da Comissão de Meio Ambiente aprovaram um projeto de lei para obrigar o governo a reservar, antes da criação de novas unidades de conservação, recursos suficientes para quitar a desapropriações de terras privadas. A proposta, patrocinada pelos ruralistas Ernandes Amorim (PTB-RO) e Cezar Silvestri (PPS-PR), enfrentou a oposição do PT, mas obteve apoio dos ambientalistas. O deputado Sarney Filho (PV-MA) defendeu o projeto como uma medida de "segurança agrária". A ofensiva do desmatamento e ameaça à biodiversidade, segundo ele, cederam espaço a outras prioridades. "Houve avanços. Agora, é possível uma adequação à situação contemporânea do país", disse.

Os deputados aprovaram, ainda, projeto que autoriza a agregação ao preço da indenização de cada terra desapropriada o valor dos chamados "serviços ambientais" prestados pela cobertura vegetal em APPs e reserva legal. Os deputados também aprovaram a destinação mínima de 10% das multas aplicadas por desmatamento ilegal na recuperação da área atingida com espécies nativas.

Link: http://www.valoronline.com.br/

Pneus com nanotecnologia diminuem consumo de combustível


Quando se fala em economia de combustível, é natural que o consumidor lembre-se do motor do carro - de fato, os carros de mil cilindradas tornaram-se famosos e ganharam grandes fatias de mercado justamente pelos motores menores e, por decorrência, mais econômicos.

Mas quase ninguém se lembra dos pneus. Só que o atrito dos pneus contra o asfalto é um dos elementos fundamentais na determinação da economia de um veículo, sendo responsável por até 20% do consumo de combustível do carro.

Triângulo mágico

E será que é possível tornar os pneus mais eficientes?

A indústria tem tentado e, embora propostas para a fabricação de pneus mais "verdes" incluam até o uso da celulose, o fato é que os engenheiros têm estado em uma sinuca pelo chamado "triângulo mágico da tecnologia dos pneus": a diminuição do atrito do pneu com o solo sempre se dá à custa de uma ou das duas outras arestas do triângulo, a aderência e a durabilidade.

Mas novas pesquisas parecem estar rompendo com a rigidez desse triângulo, que se baseia nas propriedades dos materiais usados na fabricação dos pneus.

Os primeiros testes indicam que os novos pneus podem garantir um ganho adicional de até 1 quilômetro por litro de combustível.

Sílica precipitada

O primeiro desafio ao "triângulo mágico" veio com a adição da sílica em substituição ao negro de fumo.

A adição da sílica precipitada permitiu uma diminuição na resistência à rolagem de até 30%, uma inovação lançada pela empresa francesa Michelin, ainda que à custa de uma perda na resistência à abrasão.

Hoje, mais de 20 anos depois, a indústria mundial de pneus já utiliza quase 500.000 toneladas anuais de sílica precipitada.

Além da sílica, que funciona como "carga", ou material de preenchimento, um pneu contém ainda óleos e outros aditivos, incorporados em uma matriz de borracha de polibudatieno e estireno-butadieno. Todos esses componentes são interconectados por colantes, os organossilanos, e agregados por meio de pressão mecânica e por um processo chamado vulcanização.

Pneus com nanotecnologia

Com a nanotecnologia, os engenheiros descobriram que materiais manipulados em nanoescala podem ajudar a criar uma nova geração de pneus "verdes" que propiciarão economia de combustível sem sacrificar a segurança e a durabilidade.

Os novos materiais, que estão sendo testados para uso na fabricação de uma nova geração de pneus mais "verdes", incluem um nanogel - um gel contendo nanopartículas - que aumenta a resistência à abrasão, a aderência e a durabilidade dos pneus.

As nanopartículas, com cerca de 50 nanômetros de diâmetro, permitem uma conexão mais precisa entre os diversos elementos que entram na composição dos pneus, sobretudo a sílica e os silanos.

E, para enfrentar o eterno problema dos pneus mal calibrados - uma das grandes fontes de consumo excessivo de combustível pelos carros - os engenheiros estão desenvolvendo uma nova resina capaz de manter o ar no interior dos pneus por mais tempo.

Maldição do triângulo

A nanotecnologia, com a sua capacidade de lidar com partículas cada vez menores, está permitindo ainda que os fabricantes otimizem a deposição da sílica, obtendo ganhos sem precisar alterar radicalmente os processos produtivos.

Já os novos nanomateriais são uma novidade total para a indústria. Eles ainda estão sendo testados por alguns fabricantes e é cedo para afirmar se passarão nos testes da maldição do "triângulo mágico" quando enfrentarem os testes definitivos das estradas.


Fonte: Inovação Tecnológica - 02/12/2009

Barco solar do Projeto Grael estreia na Baía de Guanabara


O barco solar Peixe Galo, do Projeto Grael (www.projetograel.org.br), foi apresentado na manhã desta sexta-feira, em Niterói. O catamarã, movido a energia solar, foi pela primeira vez para as águas da Baía de Guanabara. Axel Grael, presidente do Instituto Rumo Náutico, fez um test drive para conferir a performance do barco.

“O barco é ágil, veloz, navega levemente sobre a água e sem qualquer ruido. Estando a bordo, tem-se a certeza que no futuro todos os barcos serão assim ou à vela. Essa tecnologia tem tudo para substituir, com vantagens, os motores convencionais, cujas emissões contribuem para as mudanças climáticas. Dá muito orgulho ver que o Projeto Grael ajuda a promover essa transformação”, revelou Axel.

O barco foi construído pelos próprios alunos do Projeto Grael, auxiliados por um professor. Com o Peixe Galo, a equipe conquistou recentemente o segundo lugar no Desafio Solar 2009, em Paraty. A prova foi uma das etapas para qualificar as equipes para um campeonato mundial de barcos movidos à energia solar, que será na Holanda, em 2010.

De acordo com Cosme Aristides, assessor de tecnologia e inovação, já estão sendo programadas pelo menos três competições para o ano que vem, com eventos de menor porte e um grande desafio final. O barco tem ainda a utilidade de, como energia limpa, servir de coletor de resíduos flutuantes na Baía de Guanabara.

Na ultima reunião sobre o Desafio Solar 2010, foi proposto por Fred Hoffmann, coordenador da Equipe Peixe Galo e dos cursos profissionalizantes do Projeto Grael, que uma das competições seja realizada no Clube Naval Charitas, em Niterói, sob coordenação do Projeto Grael, já no 1º semestre de 2010.


Saiba mais sobre o barco solar do Projeto Grael

Um barco modelo catamarã (com dois cascos) equipado com um motor elétrico alimentado por seis painéis solares. Estes estão associados a um banco de duas baterias que são carregadas quando o barco está parado ou em regime de insolação, que gere energia além da potência do motor. Assim, podem suprir a demanda do motor em caso de tempo ruim ou nublado. Sete pessoas, entre alunos e professores, se envolveram na construção do barco, que levou menos de um mês para ficar pronto. O Desafio Solar aconteceu em outubro.

Vem aí o marketing ambiental viral

Campanha lançada pela Volkswagen na Europa defende a ideia de que as pessoas podem se divertir ao adotar práticas elementares de sustentabilidade
Por: Redação de AMANHÃ

Está dando o que falar a nova campanha de marketing "ambiental-viral" da Volkswagen, lançada na Europa com o título "The Fun Theory" - ou Teoria da Diversão. Desde setembro, a montadora vem divulgando uma série de vídeos que sustentam uma tese curiosa: a de que a diversão pode ser usada para convencer as pessoas a adotar hábitos como separar o lixo, economizar energia, etc.

Um dos vídeos, por exemplo, apresenta um coletor de garrafas para reciclagem que foi transformado em fliperama. Equipado com luzes, sensores e visor digital, o aparelho interage com o público e confere pontos a quem insere as garrafas nos compartimentos corretos. Só no primeiro dia, o coletor foi utilizado mais de 100 vezes em uma das ruas de Berlim - até então, raramente era usado mais do que duas vezes por dia. Os vídeos com as ideias podem ser assistidos em www.thefuntheory.com.

Fonte: ecoação

Dando adeus aos aterros sanitários

Uma nova tecnologia empregada em um Centro de Processamento de Lixo na cidade de Ituporanga, em Santa Catarina, promete eliminar a necessidade de utilizar os aterros sanitários.

Com a separação dos materiais recicláveis, o sistema permite a obtenção de novas matérias-primas e adubo. O projeto é resultado de uma primeira invenção voltada para a área rural, que trata os dejetos de suínos.


A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento em que vivemos, vinculado ao incentivo do consumo. Antes do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica, dessa forma era fácil eliminá-los, bastava enterrar. Além disso, as cidades e população eram menores.

Mais tarde, com o crescimento em escala mundial da industrialização e com o acelerado aumento da população e dos centros urbanos, houve um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente, quando compramos algo no supermercado, o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois além da etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia), ainda há o cupom fiscal e a sacolinha recebidos pelo consumidor final.

Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo, esse é armazenado em lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto ou em aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado em um sistema mais complexo e se bem construído, bastante funcional.

Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município, e essa é uma das diferenças entre os aterros tradicionais e o Centro de Processamento de Lixo que usa a tecnologia criada pelo empresário Dirnei Ferri, em Ituporanga. O Centro está sendo projetado para reduzir ao máximo o número de pessoas que entra em contato com os resíduos e poderá ser instalado em lugares mais próximos dos locais de geração, pelo seu baixo impacto ambiental, por não gerar mau cheiro e nem permitir a proliferação de possíveis causadores de doenças.

O lixo que chega no Centro vai para uma linha de triagem, onde são retirados alguns tipos de materiais recicláveis, e o restante segue para a compostagem, onde será transformado em adubo. O principal ganho do projeto é a retirada dos plásticos filmes que compõe o lixo, como sacos, sacolas de supermercado e embalagens plásticas, que viram matéria-prima para a produção de madeira plástica. Somente em Ituporanga, onde o plástico filme responde por aproximadamente 10% do total do lixo, será possível recuperar 30 toneladas deste material todos os meses.

Segundo Ferri, este novo processo de tratamento do lixo não elimina o custo da disposição de resíduos, mas substitui um método no qual ‘paga-se para enterrar e poluir’, por outro no qual ‘paga-se para processar, reutilizar e reciclar’. “No primeiro os prejuízos são imensos, já no segundo os ganhos são imensuráveis”, diz.

Entre os benefícios da tecnologia estão a descontaminação, a retirada e o encaminhamento para reciclagem de diversos materiais sólidos como vidros, plásticos e metais; e a transformação em composto orgânico dos restos de alimentos, vegetais, papéis contaminados (como o papel higiênico). Ferri alerta, contudo, que ainda é preciso estudar qual seria o melhor uso para o biofertilizante produzido.

O processo pode ser replicado em qualquer lugar, basta que ele seja dimensionado para o tamanho da população e quantidade de lixo gerada. “Isso é possível porque o lixo não é acumulado indeterminadamente como nos aterros sanitários, depois do primeiro ciclo, que leva 45 dias, a mesma quantidade que entra, sai diariamente para os processos de reutilização, aproveitamento e reciclagem”, explica Ferri.

Pela eficiência do seu processo de compostagem em resolver o problema do manejo dos dejetos suínos, Ferri recebeu o Prêmio Fritz Muller na categoria Agricultura Sustentável, promovido pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) para reconhecer os principais projetos e trabalhos na área ambiental desenvolvidos no estado.

Os resíduos das granjas passam pelo processo de compostagem, onde os dejetos dos animais são conduzidos por canos até um galpão dividido em sulcos feitos na terra contendo serragem. Por aspersão, os dejetos são distribuídos ao longo dos sulcos, misturados e aerados por um maquinário desenhado para este processo. O resultado é um biofertillizante altamente rico em nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), além de ser seco, sem cheiro, livre da atração de insetos e de grande valor comercial, ambiental e agronômico, sendo de grande valia tanto para a fertilização do solo, como para a geração de renda para os suinocultores.

Tradicionalmente, as fazendas de suínos contam com uma esterqueira para armazenar os dejetos, um processo que causa um grande impacto no meio ambiente devido aos riscos de contaminação de rios, lençóis freáticos e solo e à emissão de metano, gás do efeito estufa 21 vezes mais potente para causar o aquecimento global que o dióxido de carbono (CO2).

Conforme dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Santa Catarina conta hoje com cerca de 6,2 milhões de cabeças de suínos, que geram 44 mil metros quadrados de dejetos todos os dias. Ferri diz que “Se esta tecnologia fosse implantada para todos os suínos do estado, seriam gerados anualmente 1,24 milhões de toneladas de biofertilizante e, pela não geração de metano, deixariam de ser emitidas cerca de 3,1 milhões de toneladas equivalentes de CO2”.

Criado há dez meses, o Centro de Processamento de Lixo ainda está em fase de testes e está previsto para ficar pronto em fevereiro de 2010, podendo receber as 10 toneladas de lixo domiciliar produzidas diariamente pelos 22 mil habitantes de Ituporanga. No caso do processo de compostagem utilizado nas granjas, o custo aproximado por cada animal em uma propriedade de mil suínos é de R$ 80 a R$ 90, o que pode variar de acordo com as condições de cada propriedade.

Fonte: Agência Envolverde

Reflorestamento: Eucalipto dilui custo na avicultura


Apostando na diversificação, criadores de frango de corte aderem ao sistema integrado de produção de aves e eucaliptos para tornar aviários auto-sustentáveis.

Diversificação, auto-sustentabilidade e reflorestamento. Estas são as palavras mais usadas pelos criadores de frangos e empresas avícolas no Noroeste do Paraná. Para reduzir custos e aumentar a renda dos aviários, criadores apostam na produção integrada de frango de corte e eucalipto. Os produtores acreditam que a rentabilidade pode ser ampliada em até 10% com a prática.

O produtor Paulo Antônio Maciel tem quatro aviários em Japurá. Durante o ano os viveiros de Maciel recebem seis lotes de pintinhos (110 mil aves por etapa de criação), de onde saem cerca de 660 mil frangos para o abate. Para manter os aviários aquecidos, ele gasta cerca de R$ 8 mil por ano com a compra de madeira.

Para reduzir custos, há um ano e meio Maciel cercou a propriedade com 27 mil mudas de eucalipto, que agora estão com aproximadamente sete metros de altura. Quando completarem três anos as árvores poderão ser cortadas e utilizadas nos fornos. Com cinco, os eucaliptos servirão para a construção ou ampliação dos aviários. “É uma economia que faz a diferença. Além disso, as árvores protegem os aviários dos ventos e da poluição, que interferem significativamente na produção. Funciona como uma espécie de filtro verde”, explica.

De acordo com o gerente de expansão da indústria avícola Frangos Canção, Aguinaldo Bulla, a madeira faz parte de todo o processo de produção do setor avícola. “É usada na construção dos aviários, no aquecimento dos lotes, na secagem do milho, nas caldeiras frigoríficas e no processamento de subprodutos”, afirma.

Os criadores João Francisco de Oliveira e o filho Diego Precinotto também plantaram as mudas em volta dos aviários. “Enquanto tem gente desmatando nós estamos reflorestando”, diz Oliveira. “Como as árvores serão cortadas em etapas, respeitando o ciclo de crescimento e a reposição de novas mudas, as áreas de reflorestamento serão mantidas”, complementa Bulla.

Segundo o gerente da Frangos Canção, a cada mil aves criadas há uma demanda de 4 metros cúbicos de madeira de eucaliptos. “O país tem uma produção anual de 5 bilhões de cabeças de frango de corte, o que corresponde a um consumo de 20 milhões de metros cúbicos de madeira. O Paraná, maior produtor de aves do país, concentra a produção de 23% desse volume, com um consumo de 92 mil hectares de terras reflorestadas com eucaliptos”, explica.

Bulla afirma que a prática tem mostrado que as propriedades mais produtivas e rentáveis são aquelas em que o produtor preserva o meio ambiente, por isso a integração entre avicultura e plantação de eucalipto é tão importante. “Respeitando o manejo e a utilização da floresta de eucaliptos, os produtores podem até mesmo vender o excesso de madeira para as indústrias que fabricam papel”, lembra Bulla.

Paraná lidera a produção

Empresas e criadores paranaenses fazem do estado o líder nacional em produção de frango. Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), foram produzidos, entre janeiro e maio desde ano, quase 500 mil cabeças de frango, enquanto em todo o ano passado o número chegou a 1,2 milhão.

Em 2009, o Paraná exportou 361,5 milhões de quilos de frango no acumulado janeiro a maio, o que rendeu um faturamento de U$$ 490 milhões. O desempenho representa 25,8% de toda a exportação de frango de corte nacional, menor apenas do que Santa Catarina.

De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab), em agosto de 2000 existiam 5.810 aviários cadastrados. Atualmente, este número quase dobrou, superando os 11 mil em pouco menos de uma década.

Fonte: Gazeta do Povo

Compromisso do Brasil de redução de gases de efeito estufa pode chegar a 40%, diz Dilma

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, afirmou hoje (9) que o Brasil poderá assumir um compromisso voluntário em Copenhague, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de redução de cerca de 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2020.

“Ao reduzirmos o desmatamento [da Amazônia] em 80% [até 2020] já conseguiremos reduzir 20% das emissões de [gás carbônico]”, disse Dilma após reunião com o presidente Lula e ministros, em São Paulo.

Para chegar aos 40%, o governo ainda vai calcular qual será a contribuição de outros setores, como agricultura, pecuária e energia.

Segundo a ministra, o compromisso voluntário de reduções ainda não foi fechado porque o governo “não pode achar”. “Nós somos o governo só vamos assumir o que é possível. Falta fazer avaliações consistentes porque temos que provar o que pode ser feito e ter políticas para fazê-lo. Não temos metas a cumprir, temos compromissos voluntários”, explicou a ministra.

Segundo ela, a proposta do Brasil para a Conferência do Clima, em dezembro, será divulgada em 14 de novembro.

Para a ministra, o crescimento econômico não vai prejudicar os compromissos de redução de emissão de gases poluentes. “Estamos fazendo tudo para assegurar que uma coisa não comprometa a outra”, disse.

Dilma assegurou que o Brasil terá uma posição muito clara e que será exemplo para o mundo. “Queremos que Copenhague tenha ganhos, que os [países] ricos cumpram as suas metas e que os em desenvolvimento proponham seus objetivos voluntários.”

Dilma falou ainda que o maior vilão das emissões de gás carbônico são os combustíveis de energia fóssil e que o Brasil não tem esse problema uma vez que trabalha com energias de matriz renováveis.

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/

Empresa desenvolve linha de painéis solares flexíveis e portáteis



A energia solar já mostrou que é uma alternativa eficiente e sustentável a outras formas de energia, especialmente aos combustíveis fósseis. Mas apesar de suas vantagens, esse modelo de captação de eletricidade ainda possui muitos problemas, como o alto custo e a necessidade de um espaço apropriado para a sua instalação. Para reverter essa situação, uma empresa lançou uma linha de painéis solares mais finos, leves e flexíveis, capazes de se adaptar a diversos tipos de construção.


Os painéis foram desenvolvidos pela Power Film Solar e podem ser integrados ao projeto arquitetônico da construção graças à sua tecnologia feita com placas solares flexíveis, duráveis e de baixo custo. Medindo cerca de 0,025 milímetros de espessura, esses painéis usam apenas 1% do silício utilizado em outros painéis e são livre de cádmio.

A companhia já utiliza essa tecnologia desde 2005 em aplicações militares e agora está investindo no uso desses materiais em outros produtos. De coberturas metálicas até barracas de lona, os fabricantes garantem que o painel pode ser aplicado em qualquer superfície. A energia gerada pelas placas solares é armazenada em baterias locais e convertida em correntes elétricas que poderão ser utilizadas diretamente na iluminação local ou em outras aplicações.

Outras aplicações da tecnologia foram feitas em produtos menores e portáteis, como carregadores de baterias, celulares, computadores e outros gadgets. As células fotovoltaicas são aplicadas em espécies de tapetes capazes de gerar até 60 Watts de eletricidade e que podem ser enrolados e transportados para qualquer lugar.

Ao todo, são quatro linhas de produtos que incluem carregadores portáteis, geradores em larga escala, coberturas de construções e até produtos customizados. Os produtos estão disponíveis em diversos países, como Estados Unidos, Turquia, Reino Unido, Canadá, entre outros. Os produtores não informaram os preços nem se realizam vendas para o Brasil, mas os interessados podem buscar mais informações no site da empresa ou pelo e-mail jstone@powerfilmsolar.com

Fonte: EcoDesenvolvimento

Resíduo da extração de areia é aproveitado em cerâmica


A mineração de areia e de argila são essenciais para a construção civil e para o crescimento das cidades. Mas a atividade geralmente tem grande impacto ambiental. Por isto, qualquer melhoria em uma delas pode diminuir esses impactos e eventualmente diminuir custos para a construção de moradias.

Por exemplo, a extração de areia para construção civil normalmente gera quantidades consideráveis de argila, que é deixada em locais próximos às jazidas sem passar por nenhuma espécie de aproveitamento.

Agora, usando os resíduos de uma mineradora em Guarulhos, na Grande São Paulo, uma pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP propõe a utilização dessa argila rejeitada para a produção de peças de cerâmica vermelha, como blocos estruturais e telhas.

Como é obtida a areia

A obtenção da areia é feita por meio de desmonte hidráulico, com jatos de água. "O material descartado é levado para tanques de decantação, que normalmente são cavas de mineração desativadas aproveitadas para a formação de barragens", conta o geólogo Edílson Pissato, autor da pesquisa.

A argila representa de 30% a 40% do material bruto que passa pelo desmonte. "Apesar do resíduo não ser tóxico, há o risco de as barragens se romperem, atingindo áreas de preservação, o que pode provocar problemas ambientais."

O aproveitamento da argila foi testado em peças cerâmicas. "Os ensaios demonstraram que o material é mais indicado para a produção de cerâmica vermelha, em peças como telhas e blocos estruturais, além de tijolos maciços e furados", explica o geólogo. Parte dos testes com as peças aconteceu em um laboratório especializado do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Itu (interior de São Paulo).

Sustentabilidade ambiental da mineração

O geólogo estima o volume de argila disponível na mineradora pesquisada em 3,8 milhões de metros cúbicos. O aproveitamento dos resíduos permite aumentar a sustentabilidade ambiental da extração, aumentando ainda a vida útil das jazidas.

"A sociedade passa a ter um material que era inservível à disposição, o que irá reduzir o impacto no meio ambiente a longo prazo", afirma Pissato. Também é possível relavrar os resíduos. "Com o reaproveitamento, a extração nas cavas pode ser mantida, sem precisar descartá-las devido ao acúmulo de material inerte".

De acordo com o pesquisador, a expansão urbana da Grande São Paulo reduziu a quantidade de locais de mineração de areia, pedra britada e argila, que possuem boa disponibilidade no substrato geológico local. "Apesar de serem materiais de preço relativamente baixo, eles precisam ser transportados de locais distantes até 200 quilômetros da região metropolitana, encarecendo muito seus custos", alerta.

Os resultados da pesquisa foram encaminhados à mineradora estudada, que colaborou com a realização dos ensaios cerâmicos, e também serão levados à prefeitura de Guarulhos. "A ideia é que a questão das mineradoras possa ser incluída nos futuros planos diretores da cidade", diz o geólogo, que atua na Secretaria de Meio Ambiente do município, onde atualmente funcionam três mineradoras de areia, que produzem aproximadamente 200 mil metros cúbicos anuais.

Sequenciado genoma da levedura produtora de etanol

Pesquisa feita na Unicamp conclui sequenciamento genético de levedura utilizada na produção de etanol, o que poderá dar novo impulso à fabricação do biocombustível no país.[Imagem: Gonçalo Pereira]


Processo de fermentação

Cientistas do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com colegas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, concluíram o sequenciamento genético da levedura Saccharomyces cerevisiae, conhecida como Pedra 2.

A levedura é utilizada em cerca de 30% da produção do etanol brasileiro. Enquanto a Saccharomyces cerevisiae consome o açúcar, ela se multiplica, formando outras células, ao mesmo tempo que libera gás carbônico (CO2) e o etanol, um álcool. Esse processo é conhecido como fermentação.

Guerra biológica e química

O estudo, que foi publicado na revista Genome Research do mês de outubro, abre novas perspectivas para a produção de etanol no país, de acordo com seus autores. Com o mapeamento do genoma da levedura, os pesquisadores conseguiram decifrar o mecanismo de ação do microrganismo.

Segundo um dos autores do artigo, Gonçalo Pereira, a Pedra 2 tem uma capacidade impressionante de se modificar e se adaptar às condições adversas durante o processo de fermentação.

"Essa levedura, como organismo experimental, é muita estudada. Mas pouca pesquisa foi feita em relação à produção de etanol nas condições da usina. O que acontece no processo produtivo é uma verdadeira guerra biológica e química. E esse fenômeno foi descoberto, relativamente, há pouco tempo", disse Pereira.

Trabalhos genéticos

Segundo o professor da Unicamp, essas leveduras foram selecionadas para "trabalhar" nas indústrias de cana-de-açúcar porque se adaptam com facilidade. O estudo procurou "entender como é que elas funcionavam."

"Além do sequenciamento, fizemos uma série de trabalhos genéticos e compreendemos que essa levedura tem uma capacidade enorme de competir e se reorganizar dentro da guerra biológica que ocorre durante o processo de produção de etanol", explica.

O grupo identificou diferenças em relação aos organismos dessa espécie ao estudar o genoma da levedura. Segundo Pereira, a Saccharomyces cerevisiae apresenta uma grande variabilidade e capacidade de resistir às mudanças ambientais e a outros tipos de estresse.

"Para sobreviver, essa levedura desenvolve uma capacidade impressionante de promover mudanças internas que a tornaram mais resistente a condições adversas", reforça.

Arsenal genético

O estudo aponta que a levedura desenvolveu a "competência" de ampliar o número de genes que lhe são benéficos, ao mesmo tempo em que reduz a quantidade dos que não são. Segundo Gonçalo Pereira a levedura contraria tudo o que se pode esperar de um processo de fermentação microbiológica.

"Ela reorganiza os genes de tal forma e com tal velocidade que, se ela possui um gene especialmente importante, consegue ampliá-lo várias vezes. E descobrimos que ela faz isso com os genes localizados na ponta dos cromossomos, estabelecendo uma série de variantes. Ela é capaz de se transformar completamente", disse.

Segundo o pesquisador, a pesquisa prossegue tentando entender em detalhes como esse mecanismo de transformação ocorre. Ao compreendê-lo profundamente, diz, "teremos condições de empregar a engenharia genética para manipular a levedura."

"Estamos vivendo no Brasil uma verdadeira revolução do ponto de vista tecnológico. Nosso objetivo é domesticar esse microrganismo e reprogramá-lo de forma eficiente para produzir mais etanol ou etileno, a partir da cana-de-açúcar", diz.

Inovação Tecnológica Alex Sander Alcântara - 22/10/2009

Grandes frigoríficos e ONG fecham acordo contra desmatamento



Momento da assinatura dos representantes dos frigoríficos/Foto: Reprodução Greenpeace

A ONG Greenpeace assinou com os frigoríficos Marfrig, Bertin, JBS-Friboi e Minerva (os maiores do país) um compromisso para que estas empresas deixem de comprar carne de produtores que contribuem com o desmatamento da floresta. O acordo foi firmado na segunda-feira, 5 de outubro. Segundo a entidade, 80% das áreas desmatadas na Amazônia são ocupadas pela pecuária.

Para o diretor da campanha do Greenpeace, Paulo Adário, este é um passo fundamental no combate ao desmatamento. "É incrível que o principal setor responsável pelo desmatamento esteja comprometido com a integridade da floresta", destacou.


Pecuária em áreas de preservação ajudam a desmatar a Amazônia

Segundo ele, o compromisso inclui uma agenda com seis pontos, como o monitoramento do desmatamento na cadeia produtiva e cadastro de todas as fazendas produtoras. "O prazo depende do tipo de fornecedor. Para o boi de corte, os frigoríficos têm seis meses para identificar todas as fazendas. Já para os criadores de bezerros, por exemplo, são dois anos", explicou Adário.

O compromisso firmado pelas empresas também deverá refletir na política externa brasileira. De acordo com Adário, durante a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), que será realizada em dezembro, na Dinamarca, "será positivo para a imagem do país mostrar que seus maiores produtores estão comprometidos com o meio ambiente".

De acordo com estudos do Greenpeace, um hectare da floresta é transformado em pasto para gado a cada 18 segundos. Para o diretor da ONG, Marcelo Furtado, o consumidor brasileiro poderá, em breve, comprar carne com a certeza de que não está contribuindo para o desmatamento. "É segurança para o consumidor, que saberá exatamente que está comprando sem agredir o meio ambiente", ressaltou.

Governo defende a construção de 30 usinas nucleares em três décadas




Governo brasileiro relaciona aumento da população brasileira até 2060 com a instalação de novas usinas

O reinício das obras da Usina Nuclear Angra 3 foi autorizado na sexta-feira, 2 de outubro, depois de o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ter assinado a primeira ordem de serviço do contrato da construção, durante evento realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O governo brasileiro pretende construir 30 usinas nucleares em três décadas – uma a cada ano, no período que vai de 2030 a 2060.

Logo depois da assinatura, o documento foi guardado em uma espécie de “cápsula do tempo”, que pretende perpetuar a proposta tanto para os governos como para as gerações futuras. Para justificar a ideia de se construir uma usina nuclear por ano, o ministro Lobão citou a projeção que estima em 250 milhões de pessoas a quantidade de brasileiros em 2060. Na concepção dele, o aumento da população vai requerer o crescimento no consumo energético.

Em 2060, o consumo estimado de energia será de 4.380 quilowatts/hora (kwh) por habitante, o equivalente ao consumo atual de Portugal. A participação nuclear nessa capacidade instalada de geração seria de 24%, o que corresponde ao atual parque nuclear francês, que é de 60 mil MW (implantado em apenas 25 anos). Lobão salientou ainda que para atender às necessidades de demanda até lá, outras fontes alternativas, além da nuclear, serão utilizadas, tais como a biomassa, a eólica (dos ventos) e a solar.


Lobão: "Se não nos preparamos agora, pagaremos um preço muito alto no futuro"


Ele enfatizou que o desafio para os governos futuros é ampliar o consumo de energia per capita. Segundo informação da Agência Brasil, embora o país seja o nono maior consumidor de energia elétrica do planeta, ele ocupa a 78ª posição no mundo em termos de consumo por habitante. “Grande parte dos nossos lares ou não consome ou usa menos energia elétrica do que necessitaria para uma melhor qualidade de vida”, argumentou Lobão.

Angra 3

Segundo o ministro, a Usina Nuclear Angra 3 vai produzir uma energia limpa, essencial para o futuro do país. Apesar de ainda não ter nenhuma definição quanto à localização das quatro usinas nucleares que serão construídas no Nordeste e no Centro-Sul do Brasil, Edison Lobão assegurou que já existe no país a conscientização das vantagens que esse tipo de energia representa, ao contrário do que ocorria no passado.

“Hoje, todos os estados pedem para que se localizem ali essas plantas novas, a exemplo do que ocorre na França, onde as regiões disputam as usinas nucleares, porque já se percebe que estas usinas não causam nenhum malefício ambiental”, afirmou.

As usinas do Nordeste serão as primeiras que integrarão as novas centrais nucleares brasileiras. Em longo prazo, a ideia é que cada central tenha seis usinas, informou o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. As duas plantas da região nordestina terão capacidade de geração entre mil a 1,2 mil megawatts (MW). Othon Luiz revelou que o custo de cada uma dessas usinas será de US$ 3 mil por quilowatt (kw) instalado, o que totaliza um valor em torno de US$ 3 bilhões.

Críticas

Mas a tendência de expansão da energia nuclear no país está longe de ser vista com bons olhos por grupos ambientalistas e especialistas no assunto. Em entrevista concedida à revista Época em junho de 2008, o físico José Goldemberg afirmou que a construção de novos reatores nucleares trata-se de “politicagem” e questionou os que defendem uma possível independência energética do Brasil por meio dessa alternativa.

Para o cientista, vencedor do prêmio Planeta Azul, considerado o Nobel do meio ambiente, o governo faria melhor se investisse mais nos segmentos hídricos e eólicos.

Já a ONG Greenpeace chegou a ingressar na justiça contra a construção de Angra 3 (atualmente em obras). No dia 5 de março, a nota divulgada pela ONG afirmava que os ativistas não iriam permitir que o governo “embromasse o povo brasileiro investindo bilhões de reais de dinheiro público em um projeto ultrapassado, que ameaça a sociedade e o meio ambiente”. Na ocasião, a coordenadora da campanha, Rebeca Lerer, salientou também que o projeto de instalação não trazia segurança energética.

A Usina Angra 3 tem previsão de conclusão para dezembro de 2014. Sua capacidade de geração será de 1.350 megawatts (MW), a mesma de Angra 2, enquanto Angra 1 produz 650 MW. As três usinas ficam no estado do Rio de Janeiro, sendo que as duas primeiras foram construídas a partir de um acordo da ditadura militar brasileira com o governo alemão, em 1975.

Cientistas desenvolvem bioquerosene a partir de óleos vegetais



Óleo vegetal extraído do urucuzeiro pode ajudar na produção de bioquerosene


O combustível utilizado em aviões costuma ser poluente e caro, mas um processo inovador para a produção de bioquerosene a partir de diversos óleos vegetais, desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pretende mudar essa realidade. A patente da tecnologia já foi adquirida pela Agência de Inovação da entidade (Inova Unicamp).

“A maior contribuição do processo de obtenção do bioquerosene são os altos índices de pureza do produto final. Outra é a possibilidade de utilização de praticamente qualquer tipo de óleo vegetal como matéria-prima”, afirmou à Agência Fapesp Rubens Maciel Filho, professor do Departamento de Processos Químicos da FEQ e coordenador do estudo. Depois de sua extração e refino, o óleo é colocado em um reator junto com uma quantidade específica de etanol e um catalisador, responsável por acelerar as reações químicas.

Segundo Maciel Filho, o processo pode ser dividido em duas etapas iniciais. Na primeira delas, ocorrem reações químicas por meio de um catalisador. Já na segunda, as relações de óleo-etanol são melhoradas em relação aos fatores temperatura e tempo, com o objetivo de se atingir a melhor conversão dos óleos em bioquerosene purificado.


Bioquerosene deverá substituir o combustível fóssil usado na indústria da aviação/



No interior do reator se dá a reação de transesterificação (do álcool com o óleo vegetal) que leva à formação do bioquerosene, menos poluente que os combustíveis de origem fóssil por não emitir enxofre, compostos nitrogenados, hidrocarbonetos ou materiais particulados. “Além de ser feito a partir de óleos vegetais, outra vantagem ambiental desse combustível renovável é que, ao emitir dióxido de carbono no ar em altitudes elevadas, ele contribui para o crescimento das plantas no solo, que absorvem o CO2 e conseguem manter seu balanço energético”, destacou o pesquisador.

Produção

Na segunda etapa de produção, os pesquisadores separam todos os produtos da reação: o bioquerosene, o catalisador, a água e a glicerina. O isolamento é feito em uma unidade de separação em condições de temperatura e pressão que tornam o biocombustível economicamente viável. A dosagem precisa das proporções de óleo vegetal, álcool, catalisador e temperatura adequada é o segredo do processo.

“Conseguimos um grau de pureza que chega a 99,9%. Não há registros de produtos semelhantes no mercado brasileiro ou internacional. E é exatamente esse alto nível de pureza que permite a utilização do biocombustível em altas altitudes”, ressaltou Maciel Filho, que também coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (Biofabris), um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

Depois da criação e aperfeiçoamento da tecnologia, o bioquerosene foi enquadrado dentro dos requisitos para combustível de aviação estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “A tecnologia já está em processo de transferência para as empresas interessadas”, informou Maciel Filho.
Fonte:
http://www.ecodesenvolvimento.org.br

Encontrado um novo inimigo da camada de ozônio


Gás nada hilariante

Os gases CFC (clorofluorcarbonetos) são bem conhecidos pela população e pela camada de ozônio. Já quase inteiramente banidos, eles foram responsáveis por enormes danos nessa importante camada protetora da vida na Terra.

Agora os cientistas descobriram que ele tem um companheiro, o óxido nitroso (N2O), conhecido como gás do riso (ou hilariante), devido à sua capacidade de provocar contrações musculares involuntárias na face. Mas a nova notícia sobre esse gás está longe de provocar bom humor.

Segundo uma pesquisa feita por cientistas da Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), nos Estados Unidos, o óxido nitroso se tornou a substância que mais danos provoca na camada de ozônio.

Principalmente de fontes naturais

Ao contrário dos CFCs, apenas um terço das emissões do N2O é de responsabilidade do homem. O óxido nitroso é emitido principalmente por fontes naturais (bactérias no solo e oceanos, por exemplo), mas também como um subproduto dos métodos de fertilização na agricultura, da combustão, do tratamento de esgoto e de diversos processos industriais.

O óxido nitroso superou os clorofluorcarbonetos na "tarefa" de destruir a camada de ozônio, cuja emissão na atmosfera tem diminuído seguidamente por causa de acordos internacionais para o seu banimento. Hoje, de acordo com a pesquisa, as emissões totais de N2O já são duas vezes maiores do que as de CFCs.

História ambiental de sucesso

Ao calcular o efeito dessa emissão na camada de ozônio atualmente e estimar o mesmo para o futuro próximo, os autores da pesquisa observaram que os danos à camada de ozônio são grandes e continuarão elevados por muitas décadas se nada for feito para reduzir as emissões.

"A grande redução nos CFCs nos últimos 20 anos é uma história ambiental de sucesso. Entretanto, o óxido nitroso produzido pelo homem é agora o elefante na sala entre as substâncias que destroem o ozônio atmosférico", disse Akkihebbal Ravishankara, diretor da Divisão de Ciências Químicas do Laboratório de Pesquisas do Sistema Terrestre da NOAA, principal autor do estudo.

A camada de ozônio protege plantas, animais e pessoas do excesso de radiação ultravioleta emitida pelo Sol. A diminuição da camada faz com que mais radiação do tipo atinja a superfície terrestre, prejudicando a vida no planeta.

Duplo benefício

Apesar de o papel do óxido nitroso na destruição do ozônio ser conhecido há décadas, o novo estudo é o primeiro a calcular sua importância por meio do uso de métodos semelhantes aos usados na análise de CFCs e de outras emissões antrópicas.

Diferentemente dos CFCs e de outros desses gases, a emissão de óxido nitroso não é regulada pelo Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, adotado em 1987 por 46 países.

Segundo os pesquisadores, como o óxido nitroso também é um gás de efeito estufa, a redução de suas emissões por atividades humanas seria uma boa medida tanto para a camada de ozônio como para o clima.


Fonte : Agência Fapesp - 16/09/2009

Energia eólica sozinha pode suprir todas as necessidades da China


Uma rede de turbinas eólicas operando a apenas 20% da capacidade poderia gerar 24,7 petawatts/hora de eletricidade anualmente, mais de sete vezes o consumo da China atualmente. [Imagem: Philipp Hertzog]


Uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e Tsinghua, na China, concluíram que todas as demandas de eletricidade da China, previstas para o ano de 2030, poderiam ser supridas utilizando unicamente a energia dos ventos.

O estudo levou em conta não apenas os dados naturais - meteorológicos, de relevo etc. - mas também as restrições e os incentivos governamentais chineses para cada região e as restrições de natureza econômica para os locais onde é inviável levar a energia eólica.

Matriz energética limpa

A mudança de uma matriz energética fortemente baseada no carvão, petróleo e gás natural, para outra inteiramente limpa, baseada na energia dos ventos, poderia, adicionalmente, reduzir a poluição e as emissões de CO2 daquele país, atualmente o maior responsável pelo lançamento na atmosfera de gases de efeito estufa gerados pelo homem.

A China não está parada quanto à adoção da energia eólica. O país já é o quarto do mundo em capacidade instalada de fazendas de vento, atrás dos Estados Unidos, Alemanha e Espanha.

Apesar disso, a energia eólica responde por apenas 0,4% do total de eletricidade gerada no país. Levando em conta todas as fontes de geração, a China é o segundo país do mundo em geração de eletricidade, com 792,5 gigawatts, perdendo apenas para os Estados Unidos.

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Viabilidade da energia eólica

"Para determinar a viabilidade da energia eólica para a China, nós estabelecemos um modelo econômico regional, incorporando os incentivos governamentais e calculamos o custo da energia com base na geografia," explica Xi Lu, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores utilizaram dados meteorológicos do satélite GEOS da NASA. Eles também consideraram que a energia seria gerada em fazendas terrestres formadas com turbinas de 1,5 megawatt de potência cada uma, ocupando áreas rurais sem florestas e não sujeitas ao congelamento no inverno e com inclinação máxima de 20 por cento.

A análise indicou que uma rede de turbinas eólicas operando a apenas 20% da capacidade poderia gerar 24,7 petawatts/hora de eletricidade anualmente, mais de sete vezes o consumo da China atualmente. Essa rede seria suficiente para acomodar toda a demanda chinesa de energia projetada até o ano de 2030.


Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br

Proprietários de imóveis rurais poderão fazer uso da reserva legal

Por uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), proprietários de áreas rurais passam a ter permissão para fazer uso da reserva legal de suas propriedades. A nova norma regula o uso sustentável das reservas legais, permitindo que os agricultores colham sementes, castanhas e frutos, e também extraiam lenha para uso doméstico, construção de benfeitorias, ou manejo florestal sustentável. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com jornal, com a instrução publicada na quarta-feira passada no Diário Oficial da União, o MMA pretende responder às alegações dos ruralistas de que as áreas protegidas ambientalmente dificultam a sobrevivência dos produtores, principalmente dos pequenos.

O Código Florestal brasileiro define as reservas legais como áreas dentro das propriedades rurais necessárias ao uso sustentável dos recursos naturais, que servem para abrigar e proteger fauna e flora. A lei determina que, em geral, essa reserva ocupe 20% da área total da propriedade. Na Amazônia, porém, ela precisa ser de 80%.

"Já havia a previsão do uso sustentável da reserva legal no Código Florestal. Mas, na prática, ninguém conseguia utilizá-la e todos interpretavam a área como indisponível", afirmou ao jornal O Estado, o diretor do Departamento de Florestas do MMA, João de Deus Medeiros.

Até agora, o uso da reserva vem sendo motivo para a aplicação de multa. A norma do MMA permite a abertura de trilhas para ecoturismo nas reservas, além de pequenas vias de acesso para retirada de produtos florestais.

Porém, a cobertura vegetal da reserva não poderá ser descaracterizada nem ter sua função ambiental prejudicada. A Área de Preservação Permanente (APP), como margens de rios e topos de morros, continua intocável. A ação é uma tentativa de mostrar que não há necessidade de mudança na legislação ambiental, como querem os ruralistas, muitos dos quais defendem a revogação do Código Florestal.

Medeiros afirma que a instrução normativa é "fruto de consenso com diferentes movimentos" da sociedade. Mas, o Ministério da Agricultura considera que a medida atende mais aos pequenos produtores e não resolve as dificuldades dos médios e grandes.

Raul do Valle, coordenador adjunto do programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), disse à Agência Estado que a regulamentação do uso sustentável das reservas "desmistifica a ideia de que o Código emperra tudo e engessa o uso rural".

Ele também considera que, com a permissão para o uso da reserva legal, os proprietários podem ser incentivados a recuperar as reservas que hoje sofreram degradação. Ele também defende um incentivo econômico para quem recuperar a reserva e a APP. Uma solução proposta é o abatimento desse incentivo em parte da dívida de produtores que utilizaram crédito rural.

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br

Entidades criticam possível liberação para automóveis movidos a diesel



Carros de passeio movidos a diesel deixaram de circular no Brasil na década de 1970

A liberação de carros movidos a diesel seria um retrocesso e colocaria em risco a saúde de milhares de pessoas por causa do aumento dos níveis de poluição, de acordo com a opinião de ambientalistas e representantes da sociedade civil. Proibidos desde o fim da década de 1970, os automóveis de passeio à base deste combustível poderão voltar a ser comercializados no Brasil, segundo informou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

“Se essa ideia vingar, vai ser um crime. Morrem quase 2 mil pessoas por ano somente na cidade de São Paulo por causa da poluição. O diesel brasileiro é um dos piores [mais poluentes] do mundo. Vai ser um homicídio em massa”, afirmou Oded Grajew, um dos criadores do Movimento Nossa São Paulo, rede integrada por mais de 600 entidades da sociedade civil.

Segundo Grajew, com os atuais motores e o diesel atualmente utilizado no Brasil (que chega a ter 1.800 partes por milhão (ppm) de enxofre) a medida estudada atualmente pelo governo federal, caso aprovada, seria uma catástrofe, porque o combustível é muito mais poluente do que a gasolina e o etanol.


Ao lado do senador Fernando Collor, o ministro Edison Lobão participou de audiência pública sobre o pré-sal, em 10 de setembro/Foto: Wilson Dias/ABr


“Não somos contra o carro a diesel como conceito, mas contra o carro a diesel com a tecnologia de motores e combustíveis que existe hoje no Brasil”, observou. Na Europa, onde a frota a diesel corresponde a cerca de metade do mercado, a concentração de enxofre no combustível é de 10 ppm e os motores têm tecnologias para reduzir emissões.

Os ambientalistas também são contrários à medida. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, admitou que a ideia “não é especialmente brilhante” e que defende combustíveis menos poluentes, como o etanol. De acordo com coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi, a possibilidade de voltar a comercializar veículos a diesel vai na contramão dos esforços mundias para redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa.

“É uma volta ao passado. Em vez de apoiar essa tecnologia antiquada, esse dinheiro poderia ser investido em tecnologia para carros elétricos, motores híbridos”, sugeriu. Talocchi acredita que a motivação para medida é econômica, principalmente diante da perspectiva de aumento da produção brasileira de petróleo com a exploração da camada pré-sal. “O Brasil quer saber o que fazer com todo esse óleo, como usará o 'ouro negro' que pretende extrair da camada pré-sal”, criticou.

Possibilidade

A informação de que há a possibilidade de os carros brasileiros serem liberados para usar diesel como combustível foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na quinta-feira, 10 de setembro, durante audiência pública da Comissão de Infraestrutura do Senado. Segundo ele, o país tem que se preparar para o caso de precisar adotar o modelo europeu, que permite o uso desse combustível nos carros de passeio. “Nós teremos que nos preparar para essa possibilidade. Estamos fazendo estudos de viabilidade técnica aqui no Brasil, o que não quer dizer que iremos adotar isso imediatamente”, explicou.

“Mesa viva” traz ar puro para dentro de casa



Para melhorar a qualidade do ar dentro de casa sem perder o charme do ambiente, a designer industrial Mingling Wang criou a Oxygen of Green Low Table. Essa mesa de centro abriga uma planta da família das Tillandsias que possuem reconhecidos efeitos na purificação de ar e que não precisam de terra para se desenvolver.

Segundo a designer, o protótipo é uma alternativa mais sustentável aos purificadores de ar tradicionais. As razões seriam simples, além de precisar de menos matéria-prima para a sua produção e trazer a natureza para dentro de casa, a mesa não precisa de nenhuma energia elétrica para promover benefícios na qualidade do ar.



A planta absorve os nutrientes pelas folhas, o que permite que ela seja cultivada em locais sem solo, como rochas, madeiras e outras superfícies. Sua produção de oxigênio se concentra no período noturno e ela não precisa de muitos cuidados – basta borrifar água nas folhas diariamente (especialmente durante o verão) e fertilizar com um adubo diluído regularmente.

A mesa ainda é apenas um protótipo e Wang não informa se existem planos de produzi-la.

Fonte:
http://www.coroflot.com

Peugeot lança elétrico e afirma que as vendas terão início em 2010


O iOn é totalmente elétrico e será comercializado no final de 2010

A Peugeot lançou no dia 8 de setembro seu novo veículo elétrico, desenvolvido em parceria com a Mitsubishi. É o iOn, um quatro portas compacto capaz de percorrer 130 km com uma única carga de bateria e alcançar 130 km/h. O carro começará a ser vendido já no próximo ano.

Uma das atrações da marca no Salão de Frankfurt, o elétrico é uma versão francesa do Mitsubishi i-MiEV. Ele possui baterias de íon-lítio, um conjunto de 64 cv e entrega um torque de 18 kgfm.

Segundo o fabricante, o iOn poderá ser totalmente recarregado em oito horas, mas caso o motorista esteja com pressa, um sistema de recarga rápida adotado pela montadora permite que ele reponha 80% de sua capacidade em apenas 30 minutos.

“Este carro também representa um dos fatores-chave da estratégia da marca para
reduzir a pegada ambiental e a dependência dos combustíveis fósseis”, afirmam. A Peugeot informou que o modelo chegará ao mercado europeu no final de 2010. O valor, porém, ainda não foi revelado.

Carregador solar portátil para iPhone e iPod




Para quem achava que o mercado de produtos voltados para a sustentabilidade ainda era algo distante, essa novidade pode surpreender. Em um mês, os usuários de iPod Touch 2G ou iPhone 3G e 3GS poderão comprar uma capa portátil capaz de carregar o aparelho com a energia solar. O valor do Solar Surge será de 69,99 dólares.

O equipamento já foi aprovado pela Apple e será compatível com os modelos mais recentes do iPhone e iPod. Desenvolvido pela Novothink, o Solar Surge é um gadget simples e fácil de usar e que poderá manter os aparelhos sempre carregados com energia limpa e renovável.


Basta encaixar o aparelho no case e ele já está funcionando

Os usuários poderão carregar o iPod enquanto caminham na rua ou fazem uma viagem sem precisar se preocupar com tomadas e rede elétrica. Ele funciona como uma capa de celular e o usuário só precisará encaixar o iPod ou iPhone para começar a usar.

A energia do sol é captada por um painel solar no fundo do case e a transforma em eletricidade, que passa direto para o aparelho. Ele funciona até mesmo nos dias chuvosos (com uma capacidade menor) e não precisa de nenhuma outra fonte de energia.


O gadget custará US$69,99 e não precisará de nenhuma fonte de energia extra

Porém, se o usuário não puder manter o carregador exposto ao sol, ou ainda em casos de emergência, ele poderá conectar o aparelho no computador através do cabo USB (que acompanha o Solar Surge) e recarregá-lo da forma tradicional.

Na lateral do case, quatro luzes indicam a situação da bateria e se a incidência de sol está suficiente ou não. Quando as quatro luzes estiverem acesas, o aparelho está com a carga completa. Quando isso acontece, ou então quando não há nenhum iPod ou iPhone conectado, o Solar Surge armazena energia em sua bateria interna para utilizá-la depois.

Os Solar Surges estarão disponíveis para o iPod Touch 2G no final de setembro, e no final de 2009 para o iPhone 3G e 3GS.

Biodiesel com um toque de camarão é ambientalmente mais chique


Talvez no futuro você possa chegar a um posto de gasolina de grife e pedir um biocombustível com um toque de camarão.

Cientistas chineses produziram um novo catalisador a partir de um composto químico extraído da carapaça de camarões que torna o processo de produção de biodiesel mais rápido, mais barato e menos danoso ao meio ambiente.

Lado ruim dos biocombustíveis

Xinsheng Zheng e seus colegas começam afirmando que as preocupações mundiais com o aquecimento global estão levando as pessoas a colocarem suas esperanças nos biocombustíveis.

Contudo, os avanços não serão tão grandes quanto o esperado, dizem eles, se a produção dos combustíveis renováveis continuar exigindo os catalisadores hoje utilizados para transformar soja, canola e outros grãos em biodiesel.

Os catalisadores tradicionais não podem ser reutilizados e devem ser neutralizados, o que é feito com grandes quantidades de água. O resultado é o desperdício de outro recurso escasso, a água, que é devolvida poluída ao meio ambiente.

Camarão com canola

Eles acreditam ter encontrado uma solução para o problema na carapaça do camarão. Mais especificamente, na quitina, o principal componente da carapaça dos artrópodes.

Em um processo de três etapas, os pesquisadores chineses descrevem como a quitina pode ser transformada em sacarídeos por meio de sua carbonização parcial e posterior ativação.

Nos testes em laboratório, o novo catalisador de camarão converteu óleo de canola em biodiesel de forma mais eficiente e mais rápida do que o catalisador convencional - 89% de conversão em três horas.

O novo catalisador, do tipo heterogêneo, também pode ser reutilizado depois de separado do rejeito por filtração, minimizando os resíduos e a poluição gerada na produção do biodiesel.

Fonte:
Shrimp Shell Catalyst for Biodiesel Production
Linguo Yang, Aiqing Zhang, Xinsheng Zheng
Energy & Fuels
August 20, 2009
Vol.: 23 (8), pp 38590-3865
DOI: 10.1021/ef900273y

Pescadores da Apasti ganham rede e barco do IAP




Um barco de alumínio de seis metros de comprimento, um motor de polpa e 470 metros de rede de pesca. Esses equipamentos foram entregues no início desta semana pelo chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Irineu Ribeiro para uso coletivo dos 86 pescadores profissionais que integram a Associação de Pescadores Artesanais de Santa Terezinha de Itaipu (Apasti).
A assinatura do termo de cessão de direito de uso, guarda e responsabilidade do barco, bem como o repasse das metragens de rede foram acompanhados pelo secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Ênio Rossi; o diretor da pasta, Fabiano de Souza e pelo presidente da Apasti, Valdemar Somavilla diante de uma plateia de piscicultores que lotou o auditório da prefeitura. Entusiasmado com a conquista, o presidente da associação ressaltou que os equipamentos serão de grande valia para os pescadores, contribuindo para o reforço da renda mensal. “Aos poucos a Apasti vai conquistando seu espaço e contabilizando benefícios”, comentou satisfeito ao anunciar que as próximas ações serão concentradas na aquisição da sede própria na transformação da associação em colônia de pescadores.
Em sua passagem pelo município, o chefe regional do IAP enalteceu a atividade pesqueira ao citá-la como profissão sagrada e assumiu junto com todos os pescadores da cidade a responsabilidade de uso da embarcação. “Em nome do IAP desejo que utilizem da melhor maneira os equipamentos doados e, sem medo algum, assumo essa responsabilidade junto com vocês para que a embarcação seja mais um meio de benefício mútuo”. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente Ênio Rossi, reiterou a parceria do poder público desenvolvidas e destacou a união dos pescadores como fundamental para o resultado de conquistas. “Sem essa união vocês não chegariam aonde estão. Fico feliz ao ver que aos poucos a associação está crescendo e obtendo o espaço merecido”, concluiu.
Fonte
Gazeta do Iguaçu
1 de setembro de 2009

Hummer se rende à tecnologia elétrica




Sonho de consumo de muitos e símbolo do modelo americano de carros gigantes, o Hummer também é alvo de criticas de ambientalistas por seu tamanho e consumo exacerbado de combustível. Mas essa imagem negativa pode durar pouco. A Raser Technologies está desenvolvendo uma versão elétrica do veículo e protótipos já alcançam 80 km de autonomia utilizando apenas 60% de sua bateria.

O novo veículo substitui o grande e beberrão motor a gasolina por um poderoso motor elétrico, sistema de tração, baterias de lítio e um pequeno e eficiente gerador elétrico movido a gás natural, que também pode funcionar como extensor de autonomia.



Nos primeiros testes, o H3E provou ser capaz de percorrer 80 km utilizando pouco mais da metade de sua carga total. O carro pode ser recarregado facilmente em tomadas comuns e emite praticamente zero poluente na atmosfera quando utiliza o sistema totalmente elétrico.

Durante os testes, o veículo percorreu vias urbanas e estradas, em uma média de 70 km/h, chegando a alcançar 100 km/h. "Este teste inicial indica que o veículo deve atingir facilmente mais de 160 km por galão (3,78 litros) em condições normais de condução”, disse Jim Spellman, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Raser.



Dados do teste mostraram que o elétrico poderia atingir mais de 300 km por galão na cidade com a aplicação do sistema semelhante ao utilizado pelo General Motors (GM). "É importante notar que o H3E pode alcançar resultados semelhantes aos do Chevy Volt," acrescentou Spellman. "A principal diferença é que o nosso conjunto de propulsores elétricos pode ser utilizado em veículos maiores, como SUVs e caminhões”, conta.

Os planos da empresa incluem realizar testes adicionais para demonstrar o alcance total estimado do veículo de até 640 km usando o extensor de autonomia.

Fonte
http://www.ecodesenvolvimento.org.br

Michael Pritchard transforma água suja em potável



Ao longo do dia, você certamente beberá água, tanto diretamente como através de outras bebidas e alimentos. Certamente toda essa água é limpa e potável. “Mas e se não fosse?" É com essa pergunta que o engenheiro Michael Pritchard inicia sua palestra no TED e apresenta sua criação, capaz de acabar com esse problema no mundo.

Apesar de falar constantemente sobre estatísticas e provisão de água potável para todos, ele diz ainda não ver resultados. “E eu acho que descobri por que. É porque, usando a atual forma de pensar, a escala do problema parece ser grande demais para resolver. Então simplesmente desligamos. Nós, governos e agências de ajuda."

A resposta para o problema pode estar na criação apresentada pelo engenheiro. Batizada de Lifesaver (algo como "salvador de vidas", em português), o filtro portátil é capaz de transformar água suja em potável em segundos.

Ele conta que inventou a garrafa após assistir cenas de desastres como o tsunami na Ásia e o furacão Katrina, nos EUA. Depois de meses trabalhando na garagem de casa "e também em minha cozinha, para o desespero de minha esposa", e após alguns protótipos falidos, surgiu a garrafa Lifesaver.

Diferencial


O filtro do Lifesafer impede a passagem bactérias e vírus

"Antes do Lifesaver, os melhores filtros portáteis eram capazes de filtrar somente até 200 nanômetros. A menor bactéria tem 200 nanômetros e passaria pelo buraco. O menor vírus, por outro lado, mede por volta de 25 nanômetros. Quer dizer que passará facilmente pelos 200 nanômetros. Os poros do Lifesaver têm 15 nanômetros. Nada passa por eles."

O grande momento da palestra fica por conta da exibição do funcionamento do filtro. Misturando água suja dos rios Cherwell e Thames, de uma lagoa insalubre, de um esgoto de uma unidade de tratamento e até fezes de coelho, ele exibe como utilizar o Lifesaver e transformar aquela mistura em água potável.

"A garrafa Lifesaver é bem simples. Você simplesmente imerge a garrafa na água, coloca a tampa, dá umas bombadas e isso é tudo que é necessário. Assim que eu tirar a tampa, água potável vai sair."

Ainda recebendo os aplausos da platéia, Pritchard conta que a garrafa já é usada por milhares de pessoas em todo o mundo e que é capaz de limpar 6 mil tiros de água a cada filtro – que posteriormente pode ser substituído por um novo.

Novos usos


O filtro pode ser utilizado em situações de emergência e também como substituto ao sistema atual de distribuição de água

Ele sugere o uso do equipamento no lugar do envio de água durante desastres como forma de evitar aglomeração e dispersão de doenças (já que com ele é possível beber água de qualquer fonte, mantendo as pessoas em seus lugares de origem). Ele ainda defende que não é necessário um desastre natural para utilizar a garrafa. Para Pritchard, o Lifesaver pode ser uma opção mais simples, eficiente e barata ao sistema de distribuição de água existente hoje.

"Aqui está a forma de 'pensar diferente'. E quanto custa? Por volta de meio centavo por dia." Segundo suas contas, com 8 bilhões de dólares, seria possível atingir a meta do milênio sobre o número de pessoas sem acesso a água potável. Com 20 bilhões de dólares, todas as pessoas no mundo teriam acesso a água limpa e potável.